Com o crescente aumento da população, o maior movimento de pessoas e animais entre países, e as alterações do meio ambiente, os agentes infeciosos transmitem-se cada vez mais e com maior facilidade. Muitos destes agentes podem afetar tanto os animais, como as pessoas. Assim, os animais podem atuar como fonte de transmissão de doenças para as pessoas, e o mesmo ocorre de forma inversa. Estas doenças que afetam tanto os animais, como os seres humanos, denominam-se como doenças zoonóticas, ou mais comummente, zoonoses.
O contacto habitual que mantemos com os animais de companhia, juntamente com a intervenção de insetos e parasitas que atuam como vetores (mosquitos, pulgas, carraças e flebótomos), contribui para a difusão de agentes patogénicos responsáveis por diversas zoonoses.
Entre as mais conhecidas, encontram-se a raiva, a salmonelose, a triquinose e a sarna (esta última bastante habitual em cães), mas também existem outras, como a febre do Nilo Ocidental, a dirofilariose ou doença do parasita do coração, a dirofilariose subcutânea, a anaplasmose, a babesiose, a erliquiose, a borreliose ou doença de Lyme e a leishmaniose (a leishmaniose é uma doença endémica em cães).
Conscientes da gravidade deste tipo de doenças, que podem chegar a provocar a morte, tanto de pessoas, como de animais, os profissionais de saúde e as autoridades de saúde pública de todo o mundo cada vez dedicam mais recursos à sua investigação e prevenção. De seguida, explicamos-lhe como pode prevenir o contágio das doenças zoonóticas de cães e gatos aos seres humanos.
Tenho um animal de companhia. Como posso evitar a transmissão de doenças zoonóticas de cães e gatos?
As doenças mais frequentes transmitidas pelos cães e gatos são as infeções parasitárias. Parasitas intestinais, carraças e pulgas podem passar para o nosso corpo a partir do nosso animal de companhia e contagiar-nos com diversas doenças.
Os nossos animais também podem ter infeções fúngicas na sua pele, que nos podem contagiar por contacto. A mordedura ou arranhão são outras formas de transmissão de alguns microrganismos infeciosos.
Recomendamos que tome medidas básicas, como desparasitar os seus animais, mantê-los limpos e cuidados, realizar controlos regulares com o médico veterinário e evitar aproximações a animais que mostrem uma atitude agressiva.
Também é muito importante não lhes dar carne crua, que é um dos métodos de transmissão de algumas doenças zoonóticas mais relevantes no nosso país, como a Toxocara spp ou a ténia.
Se mantemos os nossos animais de estimação bem desparasitados e com uma dieta adequada, o risco de nos transmitirem doenças é extremamente baixo.
Outras medidas para minimizar os riscos de uma zoonose
Se vai ter um novo animal de companhia, observe se há sinais de alerta que indiquem que o animal pode estar doente, como um comportamento apático ou perda da pelagem. Escolha o seu animal de estimação unicamente em lugares de confiança.
Não toque na urina ou nas fezes do seu animal sem proteger para isso as suas mãos com luvas ou algo similar. Tenha cuidado também ao limpar a roupa da cama ou a caixa com os excrementos do seu gato, e lave sempre as mãos quando tenha terminado.
Não beije o seu animal no focinho, nem permita que este o lamba nos seus lábios ou locais onde possa ter uma ferida. Seja também prudente ao brincar com o seu amigo peludo para evitar qualquer mordedura ou arranhão. E não toque em animais errantes ou vadios, bem como em animais selvagens, já que são os mais propensos a ter doenças contagiosas próprias de gatos e cães.